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  • Foto do escritorSite Tokaya

#MaisMostrasMenosOscar

Atualizado: 16 de dez. de 2021






Um festival de cinema totalmente gratuito e acessível ao público, realizado ao ar livre nas ruas, praças e localidades rurais de Conceição do Coité. Exibições de filmes, debates e outras atividades pensadas para aproximar a experiência cinematográfica da população do sisal, afirmar que existe uma potência audiovisual na região e expressar o desejo de se fazer representar e se sentir representado nas telas.


Assim imaginamos o TO’KAYA Festival de Cinema.


Idealizado por um coletivo de cineastas e realizadores culturais que vivem ou transitam pela região sisaleira, o evento surge da necessidade de estimular a produção e distribuição audiovisual no sisal. O lema #MaisMostrasMenosOscar norteia o festival e, por si só, revela a intencionalidade de tornar acessível a exibição de filmes, gerar debates e mostrar que fazer cinema está ao nosso alcance.


Com a pandemia de Covid-19, algumas alterações precisaram ser feitas na proposta inicial. Ao invés de atividades na rua, um site foi criado para hospedar toda a programação. A telona do cinema virou a telinha do computador, celular e outros dispositivos. A vontade de estar na rua, abraçar e sentir calor humano foi substituída pela necessidade de permanecer em casa e proteger o que temos de mais precioso: o nosso povo. Mas uma coisa não mudou: o TO’KAYA veio pra dizer que o sisal faz cinema e quer cinema!


Com a adaptação da programação para o formato virtual, foi preciso repensar os objetivos do projeto. Segundo o produtor do festival, Ramon Coutinho: “A necessidade de adaptar nossa programação para o modo virtual exigiu que ampliássemos nossos objetivos políticos afetivos, agora podendo alcançar ainda mais pessoas. Buscamos reorganizar a experiência da recepção do nosso festival a partir de um site que permita o acesso participativo e ativo do nosso público com as mostras, debates, exposição fotográfica e oficinas”.


A primeira edição apresenta cinco mostras temáticas com curta-metragens, selecionados pelas curadoras Izabel Melo, Luciana Oliveira e Marise Urbano. São elas:


“Olhos coloridos”, com filmes que retratam a afetividade e a inventividade através do universo infantil.


“Eu sou porque eles foram” traz filmes nordestinos que elaboram sobre os processos de ancestralidade preta e seus futuros potencializados por outros modos de representação.

“Meu lugar ao sol” revela filmes que apresentam a luta pelo espaço e práticas insurgentes.

“Meu corpo no mundo” aponta para as novas formas narrativas a partir de corpos, subjetividades e discursos das mulheres, LGBTQIA+ e populações negras.

Já a mostra “Olhares do sisal” apresenta filmes realizados por diretores e diretoras da região do sisal, difundindo a produção cinematográfica do território.


As quatro mostras temáticas nacionais foram montadas a partir de pesquisa e repertório das curadoras. Para a mostra “Olhares do sisal” realizamos um mapeamento através do processo de inscrição de realizadores audiovisuais locais e a curadoria selecionou 10 dos 49 filmes inscritos.


Ao invés da busca pelo ineditismo, comum aos festivais de cinema, a curadoria do TO’KAYA procurou selecionar filmes que, independente do ano de realização, dialoguem entre si e abram espaço para discussões sobre questões políticas, sociais e culturais que já não se dissociam da prática audiovisual, sobretudo, quando se propõe uma produção com olhar sensível e construção de narrativas não hegemônicas sobre corpos, lugares e grupos historicamente invisibilizados ou sub-representados no cinema.


Outra característica presente no TO’KAYA, que foge à lógica dos festivais de cinema, é a não classificação ou hierarquização dos filmes exibidos. Ou seja, não existe júri oficial ou votação popular para eleger os melhores entre eles. O objetivo aqui é apresentar “cinemas de interiores e margens que revelam narrativas que dialogam com generosidade artística, fora de uma lógica competitiva. Há também uma necessidade de revisão de alguns curtas que estiveram e circularam nos últimos anos em outros festivais, afirmando filmes e recortes temáticos fundamentais para nossa primeira edição.”, explica Ramon.


O TO’KAYA surge com a perspectiva de inserir o sisal no circuito de mostras e festivais do Brasil, com o olhar voltado para filmes locais e nacionais, cujas estéticas, poéticas e narrativas se aproximem da experiência do público e inspirem a produção e difusão audiovisual. Aqui serão exibidos filmes que têm urgência de serem vistos, que têm muito a afirmar sobre nós, os lugares que ocupamos e os lugares que podemos - para além de ocupar - nós mesmos construir. É o cinema como uma janela para o mundo que nos rodeia e para os mundos que podemos criar.


Assistam, participem e compartilhem. Por enquanto, tudo virtualmente. Mas esse é apenas o começo e logo menos estaremos juntes vivenciando essa experiência no lugar onde ela deve ser vivenciada: a rua!


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