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  • Foto do escritorSite Tokaya

Abertura do TO'KAYA levanta o debate sobre a importância do retorno e de produzir em família





Tá no ar o primeiro festival de cinema da região sisaleira! A live de abertura do TO'KAYA Festival de Cinema teve a presença de Hortência Sant’Ana, autora da exposição “Passagem de vida e morte”; de Hilza Cordeiro, membra da Rede Audiovisual do Sisal; da curadora Izabel Melo e dos realizadores do festival: Iris Brito Lopes, Sidjonathas Araújo, Ramon Coutinho e Keu Silva.


Quem acompanhou a live pôde circular nas áreas do site oficial do evento e entender um pouco sobre o que guiou cada mostra, exposição e o sentir da produção em torno do mapa audiovisual da região do sisal, que reúne e salvaguarda as produções de realizadores da região e está aberto para receber novas inserções. O questionamento sobre as imagens e produções da região do sisal surgiu depois que os realizadores perceberam a carência de eventos culturais voltados para a linguagem audiovisual na região.

Ramon Coutinho, co-realizador do evento, afirmou que o festival é uma das oportunidades de veicular a região, e ainda reitera que: “Fazer um festival desses acontecer diz algumas coisas: diz que tem gente produzindo audiovisual com diversidade, invenção, com criatividade, diferença; diz a política local que esse tipo de atividade é sim importante; faz circular esses filmes e também, claro, incentiva as pessoas que estão ali com intenções.” Keu Silva, co-realizadora do festival, considera que “O TO’KAYA também é essa aproximação, dessa linguagem, de perceber que o audiovisual, que o cinema é algo possível pra gente. O TO'KAYA também faz esse convite para quem tá nas comunidades rurais, nos bairros periféricos, de olhar e pensar: ‘Não, o cinema não é um algo distante, não tá só em Hollywood, tá aqui no território e a gente tá vendo a partir do primeiro festival de cinema”.


Outro aspecto que chamou atenção na cerimônia de abertura foram as falas relacionadas ao retorno e produção em seu próprio território, que demarca um ponto muito interessante no festival, de um cinema possível. Em 2020, Hortência Sant’Ana voltou à Santaluz, e desde então procurou ressignificar e se entender como parte do território. Sobre a exposição “Passagem de vida e morte”, a fotógrafa afirma: “Eu estava observando a escola do campo que eu estudei na quarta série e buscava alguns símbolos que ainda fizessem referência a essa memória de muito tempo atrás, então eu fui atravessada por outras memórias vivas, atuais.” Atualmente, o espaço que servia como escola virou um abatedouro familiar e foi então que a fotógrafa fez a relação entre a desvalorização da educação, da morte, da perda de identidade e falar sobre as formas de vida do interior.

Atenta à falta do sertão, Hilza Cordeiro, começou a produzir como forma de retorno ao lugar de onde ela veio. A produtora percebe a Rede Audiovisual do Sisal como um espaço de diálogo, construção de novas realizações, articulação e possibilidade múltiplas.


Processo de curadoria A curadoria das mostras do festival foi realizada por Izabel Melo, Marise Urbano e Luciana Oliveira. As mostras estão divididas em cinco eixos: Olhares do Sisal; Um corpo no mundo; Eu sou porque eles foram; Meu lugar ao sol; Olhos coloridos. E celebram os filmes realizados na região, as experiências vivenciadas a partir dos corpos LGBTQIA+ e populações negras, a memória e a afetividade a partir da perspectiva das crianças.


O que chamou atenção da curadoria foi a quantidade de filmes da região que foram recebidos, totalizando uma quantidade superior a 40 filmes. Sobre o processo de curadoria do festival, Izabel Melo afirmou que: “Nossa forma de pensar, foi muito próximo desse olhar que o próprio festival propunha, de pensar o cinema e pensar a importância do festival, o primeiro festival da região e a nossa ideia, pensando junto com a organização do festival era justamente que a gente conseguisse construir uma janela que possibilitasse esses filmes da região aparecesse."

O lugar da memória, da família e da ancestralidade também aparece na curadoria dos filmes. Izabel, ainda reitera que: “A gente percebeu que tinha um desejo muito grande de falar dos personagens da região, de um lugar de memória, de registro dessas personalidades, dessas pessoas, dessas histórias. São histórias incríveis e do cotidiano que falam muito sobre o que é a vivência nesse espaço”. A curadora afirmou: “A gente ainda tem as outras mostras e em todas elas a gente buscou estabelecer pontos, que vão passar pela infância, sobre a importância dos corpos, os lugares das subjetividades, dos afetos, das ancestralidades. Nossa ideia era promover encontros e dialogar com os interesses das pessoas da região.”


O TO’KAYA segue no ar até o dia 19 de dezembro!


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